segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O SHOW QUE PRETENDE SER ESPORTE!

O evento foi cancelado pela contusão de Dan Henderson

Sem Jon Jones e Dan Henderson, o show não pôde continuar no UFC 151
Por Kevin Iole, do Yahoo Sports

A chave para entendermos o que aconteceu nesta quinta-feira, talvez o dia mais bizarro na história do UFC é primeiro entender o que o UFC não é. 

O UFC não é a NFL. Não é a NBA ou a MLB, e não é nem mesmo a PGA Tour. 

O que aconteceu na quarta-feira e se estendeu durante toda a quinta-feira e acabou culminando no cancelamento do card inteiro e fez o público demonizar um dos esportistas mais talentosos do mundo jamais teria acontecido em outros esportes, muitos dos críticos do UFC podem dizer. E, claramente, eles estão certos. 

Isto acontece, penso eu, porque uma organização de lutas não tem praticamente nada em comum com esses outros esportes. 

Lutas são mais parecidas com um show de rock (concerto). Jogadores de tênis e de golf são independentes que, assim como lutadores, somente são pagos quando eles competem. 

Mas, diferentemente das lutas, se Tiger Woods deixa de participar de PGA Tour por causa de uma lesão, o torneio vai acontecer do mesmo jeito sem nenhuma alteração. Nas lutas, o próprio evento fica em risco quando grandes nomes se retiram perto da data programada. 

Sendo assim, as lutas são muito mais parecidas com um show de rock (concerto). Se o Bruce Springsteen fica doente e não pode cantar, o show imediatamente corre o risco de ser cancelado. Não haverá muitas pessoas dispostas a pagar um bom dinheiro por um ingresso para viajar ao redor do mundo para assistir a abertura de um show do Bruce sem o Bruce Springsteen como atração principal. Por isso, na maioria dos casos assim, o show é cancelado. 

Afortunadamente para o UFC e seus fãs, nunca foi preciso cancelar um evento antes do fatídico cancelamento do UFC 151 nesta quinta-feira. 


NOTA DO BLOG: Peço que aqueles que acompanham esse blog entendam a minha posição de apoiar a readequação do MMA, sou um admirador das lutas e sempre fui crítico da posição como o UFC administra o MMA. Acho que o cancelamento de uma edição do evento por falta de uma luta de forte apelo popular, deixou a certeza de o MMA está fazendo um processo errado. Já vimos o boxe sofrendo por arranjos e agora a mídia passa a ideia de que tudo faz parte de um grande show, está aí o erro... O MMA não é o UFC, e se essa posição pegar, ficará difícil para ser transformado em um esporte! Se a mentira pegar... O show não pode parar! 

2 comentários:

  1. A família Gracie deve estar dando risada. Ela sempre foi contra a divisão de lutadores por categoria. De uma certa forma isso prejudica o evento.

    A hipocrisia maior é que o Dana White quer que o Sonnen e o Anderson Silva subam de categoria para obter mais lutas atraentes ao público.

    UFC vai virar boxe mais cedo que a gente esperava. Que tal a Globo e outras empresas de jornalismo darem mais importância a outros esportes como basquete e atletismo hein?

    Ver um monte de homem seminu se agarrando numa grade. Hummmmm.... rssssss.

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    1. Abdul há um atenuante a posição/postura da familia Gracie, o UFC foi criado pelo Rorion, mas há que salientar que durante os primórdios do UFC, havia a idéia de que um lutador de Jiu era praticamente "imbatível" e o enfrentamento no cage era a forma de provar isso. Mas vale lembrar também que muitos dos primeiros lutadores do UFC não se criaram no "esporte". Muitos dos que desafiariam Royce,Rickson e os outros sequer eram lutadores profissionais. O Jiu veio para mudar o conceito de artes marciais sim...Mas o que veio a seguir foi o crescimento dos "amarrões do Westler". O Jiu é fundamental para o MMA, mas se um cara não praticar Westler, Boxe, Muay thay francamente não se cria no MMA.
      Mas creio que vc tenha razão, o buraco do MMA atual está aberto pelo monopólio do UFC. E a Globo foi na onda, para tirar o MMA da Rede TV e vai devovê-lo para o Combate, logo...

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