quarta-feira, 15 de agosto de 2012

DOSSIÊ 2014: MANOBRA ARRISCADA


Fundo de investimento fica com receitas do Itaquerão por 30 anos, 14 a mais do que previsão inicial 

DO BLOG DO PERRONE

Foi prolongada de 16 para 30 anos a duração do fundo criado para receber todas as receitas do futuro estádio corintiano até o clube pagar os custos da obra. A alteração foi publicada no caderno empresarial do Diário Oficial do Estado de São Paulo no último dia 2.
Inicialmente, o Corinthians estabeleceu 16 anos por entender ser o tempo adequado para quitar a construção da arena. Enquanto existir o Arena-Fundo de Investimento Imobiliário FII, a receita gerada pelo Itaquerão será toda repassada  para esse fundo, apesar de o estádio ser explorado e administrado pelo Corinthians. O clube não é o principal cotista. Odebrecht e Jequitiba Patrimonial, especializada em administração de obras, dividem esse posto.
O Corinthians, porém, nega que tal situação diminua seu controle sobre a arena. 
Reprodução: Trecho do Diário Oficial do Estado
Assim, de acordo com a alteração, o dinheiro gerado pela arena irá para o fundo por 30 anos.
Segundo o clube, a mudança visa proteger o patrimônio produzido por sua casa própria. Ficando em nome do fundo, esse dinheiro está a salvo, caso o Corinthians tenha problemas como uma grande dívida ou se perder um processo milionário nas próximas três décadas, conforme a versão corintiana.
Até a renda dos jogos vai para o fundo. Assim, os alvinegros acreditam que essas receitas ficam livres de penhoras por mais tempo, já que o CNPJ não é igual ao do Corinthians.
Os responsáveis pelo projeto do lado corintiano negam que o prazo tenha sido prorrogado para aumentar o tempo que o clube terá que pagar a dívida. Asseguram que o compromisso continua sendo de quitar os cerca de R$ 820 milhões necessários para a construção em 16 anos.
Um dos envolvidos na operação, porém, disse ao blog que acredita ser difícil vender os Cids (títulos emitidos pela prefeitura) por R$ 420 milhões, valor máximo estipulado. A negociação dos papéis é uma das formas de a Odebrecht ser paga pela obra.
 Se a soma da quantia obtida com os Cids e a venda dos naming rights não atingir os R$ 820 milhões, o que faltar terá de ser pago com a exploração do estádio. E há o risco de o prazo passar dos 16 anos.
Além das receitas, o Corinthians cedeu ao fundo, enquanto ele durar, o terreno que recebeu da prefeitura. Uma consultoria jurídica deu um parecer favorável à operação.

4 comentários:

  1. Seria muito estranho que todo esse derramamento de dinheiro público fosse dado apenas ao Corinthians. Uma maracutaia desse nível teria que ter uma engenharia financeira pesada.

    Odebrecht e o governo estão fazendo das tripas coração para esse estádio ficar de pé. O mais grave no entanto é que a grana do dinheiro público está nas mãos de particulares, seja o Corinthians,seja os membros desse "fundo".

    A pergunta que se faz é a seguinte. Recursos do BNDES podem ficar nas mãos de particulares? Isso é legal?

    O Corinthians ou o fundo vão pagar esses empréstimos futuros? Como se o time do Parque São Jorge tem dívidas ativas? Quem vai se responsabilizar? Será que no futuro essa dívida será "perdoada"?

    Isso é ser time grande? Construir um estádio a custa do suor dos outros? Como diria aquele locutor. Que belezaaaa. O padrinho desse estádio é chefe dos mensaleiros.


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  2. QUEM TA ADMINISTRANDO ESSA GRANA?

    SANDRO JC99

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